Tédio

Noite de tédio, plena de tristura,
vazios dentro da alma, desencantos,
na tez da face, onde rolam prantos,
os vincos da saudade e da amargura.

Minh’alma andeja só na noite escura,
chorosa e soluçante pelos cantos,
pisando os meus penares, que são tantos,
perdida nas veredas da loucura.

E lacrimosa arrasta-se nas ruas,
levando, dentro em si, saudades tuas,
na noite sem luar, com véu no rosto.

E andeja, assim, por tantas horas nuas,
por conta desse tédio e tal desgosto,
que a dor, da ausência tua, tem me posto.
 
Brasília, 31 de Agosto de 2011.
Seivas d'alma, pág. 113. 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 31/08/2011
Reeditado em 17/08/2020
Código do texto: T3192073
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