A VERDADE DO JULGAMENTO ALHEIO

A depender do céu que te escuta e lhe espia,

Tens pavor na verdade do merecido chamado,

Tanta renúncia a quereres fazer d’tua heresia,

Mas, tarde já é, por julgares pelo lado errado!

Toda glória sem fundamento a um ser da terra,

Que sofre da ignorância do teu ermo respeito,

É tudo o que te volta a atingir quando se erra,

E ainda mais dorido quando se deitas no leito!

O fado que antes seria aos que tanto reprovas,

É a pena que te surge por castigo da injustiça,

Por não honrardes perdões, como tuas provas...

No limiar, o que a ele tu desejaste, te enfeitiça;

Lembre-se das pessoas, sem abrir-lhe as covas,

Não as julgues, pois o pecado é de quem atiça!

Setedados
Enviado por Setedados em 30/08/2011
Reeditado em 27/06/2012
Código do texto: T3191544
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