Agosto (1)
Edir Pina de Barros
Minh’alma é triste feito o mês d’agosto,
de céu pesado e todo esfumaçado,
e o chão cinzento, todo calcinado,
o rio seco, com seu leito exposto...
É triste, como a seca no cerrado,
trincado, como a pele do meu rosto,
tamanha a dor o fogo lhe tem posto,
deixando-o desse jeito ressecado.
E triste é minh’alma, por suposto,
por tudo que essa vida tem me imposto,
essa agonia dessa dor sem fim...
Que a chuva há de vir é um pressuposto,
para lavar minh’alma e esse desgosto...
mas ora tenho o agosto dentro em mim!
Brasília, 29 de maio de 2011.
Respondeu Marcos Loures
O tempo em aridez, mas vou tão só,
Ausente uma esperança, lacrimejo,
E sei do quanto possa num lampejo
Ousando penetrar no intenso pó,
A vida se desnuda feita em mó
E mata num instante o meu desejo,
E quando no final o que ora vejo
Expressa este caminho em ânsia e dó,
Vivesse pelo menos um instante
Em plena fantasia e, fascinante,
Teria o quanto busco e já se evade.
Eu sei quanto está seco o solo e este ar,
Porém minha alma exposta ao vão sonhar
Explode em temporais, farta umidade...
E respondi:
Estio (2)
Edir Pina de Barros
O sol está quentíssimo, escaldante,
o tempo está tão seco, nem respiro,
quisera estar agora em teu retiro,
banhar nas tuas águas um instante;
quisera contemplar o teu semblante,
que vejo junto a mim, quando deliro,
(ao relembrar de tudo até suspiro)
mas eu estou aqui, de ti distante.
Quisera conhecer teus temporais,
andar na tua mata umedecida,
replena de orquídeas coloridas.
Mas piso terras rotas, ressequidas,
sentindo uma tristura desmedida,
que arrancam de meus lábios tantos ais.
Brasília, 29 de Agosto de 2.011.
Pura chama,página 84
Edir Pina de Barros
Minh’alma é triste feito o mês d’agosto,
de céu pesado e todo esfumaçado,
e o chão cinzento, todo calcinado,
o rio seco, com seu leito exposto...
É triste, como a seca no cerrado,
trincado, como a pele do meu rosto,
tamanha a dor o fogo lhe tem posto,
deixando-o desse jeito ressecado.
E triste é minh’alma, por suposto,
por tudo que essa vida tem me imposto,
essa agonia dessa dor sem fim...
Que a chuva há de vir é um pressuposto,
para lavar minh’alma e esse desgosto...
mas ora tenho o agosto dentro em mim!
Brasília, 29 de maio de 2011.
Respondeu Marcos Loures
O tempo em aridez, mas vou tão só,
Ausente uma esperança, lacrimejo,
E sei do quanto possa num lampejo
Ousando penetrar no intenso pó,
A vida se desnuda feita em mó
E mata num instante o meu desejo,
E quando no final o que ora vejo
Expressa este caminho em ânsia e dó,
Vivesse pelo menos um instante
Em plena fantasia e, fascinante,
Teria o quanto busco e já se evade.
Eu sei quanto está seco o solo e este ar,
Porém minha alma exposta ao vão sonhar
Explode em temporais, farta umidade...
E respondi:
Estio (2)
Edir Pina de Barros
O sol está quentíssimo, escaldante,
o tempo está tão seco, nem respiro,
quisera estar agora em teu retiro,
banhar nas tuas águas um instante;
quisera contemplar o teu semblante,
que vejo junto a mim, quando deliro,
(ao relembrar de tudo até suspiro)
mas eu estou aqui, de ti distante.
Quisera conhecer teus temporais,
andar na tua mata umedecida,
replena de orquídeas coloridas.
Mas piso terras rotas, ressequidas,
sentindo uma tristura desmedida,
que arrancam de meus lábios tantos ais.
Brasília, 29 de Agosto de 2.011.
Pura chama,página 84