No Silêncio dos Túmulos
Ao fim daquelas tardes tão sombrias
Eu te esperava num marmóreo abrigo,
E, tu chegavas dentre algum jazigo
De passo em passo; e pulcra me sorrias.
Se me recordo o livro que trazias
Por entre aquelas alvas mãos, contigo;
Sentavas — minha amada — aqui comigo
E aqueles versos lúgubres tu lias...
Eu contemplando ouvia enternecido,
A sair do teu lábio enegrecido
A consonância de um som tão etéreo,
Que hoje, pareço estar inda escutando,
A tua voz melíflua recitando:
“O mar é triste como um cemitério!”
09 de agosto de 2011
*O verso final é de autoria do poeta Augusto dos Anjos.
*Versos decassílabos.