Até nunca mais!
Aarão Filho
Sou andante nos prados das tristezas,
Nos caminhos doídos d’amarguras...
É densa a minha alma, sem levezas,
Não decola das noites tão escuras!...
Vejo estrelas miúdas, cativantes,
E, ao vê-las, tão cautas, tão sozinhas,
Esvaem-se meus prantos, abundantes,
Pois, a tu’alma, doce, não é minha!...
Nos confins dos meus sonhos, eu adejo,
Nas cortinas de flores de teus braços,
Na cândida doçura de teu beijo...
Mas, no soluço, dor, e nos lacrimais
Ah, eu não vejo a ti, só meus fracassos,
Despeço-me do amor: Até nunca mais!
Andeja solitária
Edir Pina de Barros
Andeja solitária desses ermos prados,
pisando mil veredas feitas de amarguras,
perdida dentro em mim, nas sendas mais escuras,
rumino a sorte própria dos desventurados;
e vejo os sonhos meus desfeitos, desfolhados,
as flores que morreram - antes belas, puras –
colhidas nesse tempo de tristeza, agruras,
de amores que se vão, tão mudos, tão calados.
Pisando as folhas secas desses meus caminhos,
sentindo, em minha tez, as pontas dos espinhos,
destilo o fel das dores, que me impôs meu fado.
Destino triste o meu! Trilhar caminho incerto,
olhar-me dentro, enfim, e ver o meu deserto,
colhendo flores mortas de um voraz passado.
Brasília, 27 de Agosto de 2011.
Livro: Sonetos Diversos, pg. 73
Aarão Filho
Sou andante nos prados das tristezas,
Nos caminhos doídos d’amarguras...
É densa a minha alma, sem levezas,
Não decola das noites tão escuras!...
Vejo estrelas miúdas, cativantes,
E, ao vê-las, tão cautas, tão sozinhas,
Esvaem-se meus prantos, abundantes,
Pois, a tu’alma, doce, não é minha!...
Nos confins dos meus sonhos, eu adejo,
Nas cortinas de flores de teus braços,
Na cândida doçura de teu beijo...
Mas, no soluço, dor, e nos lacrimais
Ah, eu não vejo a ti, só meus fracassos,
Despeço-me do amor: Até nunca mais!
Andeja solitária
Edir Pina de Barros
Andeja solitária desses ermos prados,
pisando mil veredas feitas de amarguras,
perdida dentro em mim, nas sendas mais escuras,
rumino a sorte própria dos desventurados;
e vejo os sonhos meus desfeitos, desfolhados,
as flores que morreram - antes belas, puras –
colhidas nesse tempo de tristeza, agruras,
de amores que se vão, tão mudos, tão calados.
Pisando as folhas secas desses meus caminhos,
sentindo, em minha tez, as pontas dos espinhos,
destilo o fel das dores, que me impôs meu fado.
Destino triste o meu! Trilhar caminho incerto,
olhar-me dentro, enfim, e ver o meu deserto,
colhendo flores mortas de um voraz passado.
Brasília, 27 de Agosto de 2011.
Livro: Sonetos Diversos, pg. 73