NÃO TEMO

Não temo ver cunhado o nome em laje fria,

Nem as exéquias rabínicas, amenta ondulada,

O pranto plangitivo numa manhã sombria,

Nem sobre meu féretro a terra acumulada.

Sei que meus dias caminham para morte,

Mas quem nasceu que não tem mesmo fado?

Importa é que na vida eu tive a imensa sorte

De sentir amor e o prazer de ser amado.

Nas brumas obscuras, ao longe, faces vetustas,

Em tumbas por entre as quais as almas justas,

O vulto tenebroso as acompanhava.

Mas quando for minha vez de eu ali deitar

Aos meus antepassados eu for me ajuntar,

Vou ver, de fato, o amor de quem me amava.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 26/08/2011
Reeditado em 07/01/2013
Código do texto: T3182553
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