O SILÊNCIO NOTURNAL
O silêncio noturnal que perturba o pranto;
Os rubros olhos que dantes eras, que agora é fogo,
O vulto teu que desintegra em algum canto
Na imagem lúbrica da bela flor, agora um rogo.
Vi que tu não voltas, de mim e mais distancia,
Tuas palavras são flocos que derretem em neve
Que me falara de esperança, tua boca me iludia,
Meu peito depois por ti entrou em greve.
Não me falaste de amor, falaste de atitudes,
Mas as tuas atitudes não me são de amor,
Pois amor reluz nas trevas, nas quietudes.
Eu que te elevei ao nível de uma flor,
Te descrevi nas profundas fontes, nas plenitudes,
E tu viraste-me as costas com despudor.
(YEHORAM)