Insânia (5)
                    Trato, neste soneto, de mentes cindidas,
   esquizóides... "Loucas" e incompreendidas,
eu as canto. 
 
Eu vivo nesse hiato fugidio 
que existe entre os meus eus e a minha mente,
presente neste mundo, mas ausente,
suspensa sobre os vácuos, no vazio.

O meu viver - etéreo e gris poente –
inútil luta, eterno desafio,
minha alma presa a mim, só por um fio,
sentindo-me tão só, tão impotente.

Habito, neste mundo, os não-lugares,
perdida em minhas dores, meus penares,
meus íntimos soluços, gritos, vozes.

Eu luto contra os meus fantasmas, medos,
não tenho paz, não tenho dias ledos,
pois, dentro em mim, habitam meus algozes.
 

Brasília, 22 de Agosto de 2011.
Seivas d'alma, pg. 22
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 22/08/2011
Reeditado em 15/08/2020
Código do texto: T3174791
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