INCOERÊNCIA

Ao procurar o cheiro teu em minha vida,

eu não consigo mais senti-lo, desvendá-lo...

E o teu encanto desbotado na belida

dos olhos d'alma, que me nega contemplá-lo...

E no vazio desta ausência em mim perdida,

no paradoxo de infindável intervalo,

peno ser livre em labirinto sem saída...

Eu sem arreios... Libertaste o teu cavalo!

Acostumar-me à realidade de não ter

tua paixão manipulando o meu viver...

Aprisionado à liberdade das esquinas...

Eis a rotina que, ao destino, ora proponho.

Porém me pego a recolher, no alvor tristonho,

recordações do amor que pairam nas neblinas...

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 22/08/2011
Código do texto: T3174599
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