SONETO DO VINHO.
Meu terno e derradeiro amigo, companheiro,
que não me falta nunca à fé e à inspiração,
ao gozo de sentir-me eu mesmo o feiticeiro
das minhas ilusões falando ao coração.
Vinho que o Cristo Deus por nós bebeu primeiro,
e o fez em paz e sangue, em santa comunhão,
para dizer ao mundo o eterno e verdadeiro:
A carne é só um tempo. A vida o após, então.
Eu bebo-te meu vinho, assim tal qual o Cristo,
ciente que a embriaguez não será mais que isto:
Inspiração de luz, força de eternidade.
Tu, meu santo vinho, O Jesus Cristo e eu,
temos o encanto eterno e mais que Prometeu,
somos a vida – o hoje, ido e posteridade.