O diálogo entre e o poeta e a paixão
Chorada a lira esgotei algoz passado.
Era sem rima a vida profanada,
era sem meta a morte procurada,
nada valeu se foi tudo sonhado.
Parece-me morrer fogo calado,
por tanto queria a imagem retratada?
Por que juraste sempre a luz amada,
amigo do tempo, do céu, do fado?
Oh! poeta... E sou, porém já transformado,
é bárbaro espreitar a incerta e alada
visão sua! Não desterre teu passado!
Não vês que tal visão fora criada!
Oh! Meu enlouquecido, desesperado
pela vizinha deste amor falada!
set, 05, 2001