O diálogo entre e o poeta e a paixão

Chorada a lira esgotei algoz passado.

Era sem rima a vida profanada,

era sem meta a morte procurada,

nada valeu se foi tudo sonhado.

Parece-me morrer fogo calado,

por tanto queria a imagem retratada?

Por que juraste sempre a luz amada,

amigo do tempo, do céu, do fado?

Oh! poeta... E sou, porém já transformado,

é bárbaro espreitar a incerta e alada

visão sua! Não desterre teu passado!

Não vês que tal visão fora criada!

Oh! Meu enlouquecido, desesperado

pela vizinha deste amor falada!

set, 05, 2001

claudio maia
Enviado por claudio maia em 19/08/2011
Reeditado em 28/07/2019
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