Agosto (2)
Aves aflitas, fogo, labaredas,
vidas queimadas, mortas pelo chão,
que mais parecem cacos de carvão
caídos entre as pedras e veredas.
Não há, no meu cerrado, horas ledas
e tudo que se faz parece em vão,
deixando pelo ar a sensação
que a vida se desfaz das verdes sedas.
Soltando labaredas tão sanhudas,
engolem, sem piedade, tantas vidas
as bocas, mui famintas, desse agosto.
Savanas mortas, tristes e desnudas,
em chama as plantas, forças esvaídas,
e o leito do riacho nu, exposto.
Aves aflitas, fogo, labaredas,
vidas queimadas, mortas pelo chão,
que mais parecem cacos de carvão
caídos entre as pedras e veredas.
Não há, no meu cerrado, horas ledas
e tudo que se faz parece em vão,
deixando pelo ar a sensação
que a vida se desfaz das verdes sedas.
Soltando labaredas tão sanhudas,
engolem, sem piedade, tantas vidas
as bocas, mui famintas, desse agosto.
Savanas mortas, tristes e desnudas,
em chama as plantas, forças esvaídas,
e o leito do riacho nu, exposto.