Agosto (2)

Aves aflitas, fogo, labaredas,

vidas queimadas, mortas pelo chão,
que mais parecem cacos de carvão
caídos entre as pedras e veredas.
 
Não há, no meu cerrado, horas ledas
e tudo que se faz parece em vão,
deixando pelo ar a sensação
que a vida se desfaz das verdes sedas.
 
Soltando labaredas tão sanhudas,
engolem, sem piedade, tantas vidas
as bocas, mui famintas, desse agosto.
 
Savanas mortas, tristes e desnudas,
em chama as plantas, forças esvaídas,
e o leito do riacho nu, exposto.
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 15/08/2011
Reeditado em 24/01/2013
Código do texto: T3160534
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.