EPICENTRO
Aos ventos, aves esvoaçam suas asas
pela fumaça das queimadas das florestas...
Bocas de fogo comem folhas indigestas,
estorricadas, sob os dentes destas brasas...
E as aves não conseguem mais sugar os ares
e perdem forças em seus voos quase mortos;
tentam desvios, acidentes torpes, tortos,
até morrerem com bloqueios pulmonares.
Aves se ardendo às labaredas rudes, loucas...
São meus conflitos que me berram vozes roucas
e que emudecem e ensurdecem a alma e cega...
Eis as imagens que estremecem aqui dentro
deste poeta fervilhando no epicentro
do terremoto de emoções ao qual se entrega.