PERDÃO QUERIDA
Marcos Loures

Querida me perdoe se magôo

Quem tanto se mostrou mais carinhosa
Minha alma libertária alçando vôo

Sabe reconhecer a bela rosa.


Há gente que sofrida e tão mesquinha
Não pode com a luz, caminha cega
Matando da esperança, a sua vinha
Num mar árido e seco, vã, navega.

Sonetos de Neruda e de Camões
Num sonetilho inglês aqui traduzo.
Embora nos vislumbres das paixões.
O passo de outra gente é mais confuso.

No amor que neles foi maior refrão
Eu venho aqui pedir, o teu perdão...


 
ALMAS LIBERTÁRIAS
Edir Pina de Barros


Não há porque pedir perdão, querido,
pois eu só sei te amar em liberdade,
embora sinta, dentro em mim, saudade,
eu juro que, jamais, hei padecido.
 
Conheço essa tu’ alma peregrina,
que plana pelos céus, feito uma ave,
cortando-o, tão ligeiro, como nave
que emite tanta luz e  me ilumina.
 
Na tua ausência tu és tão presente
(não há porque prender a quem se ama,
o vento é que mantém na pira a chama,
ainda que pareça livre e ausente).
 
Não quero ver-te preso nem um dia,
porque assim jamais eu te amaria.
 
Brasília, 08 de Agosto de 2011.

 


 Resposta de Marcos Loures


Há tanto que cometo os velhos erros
E sei da desventura que
isto traz,
Meu verso só traduz o quanto sinto,
Movendo para além uma esperança
E tanto sem destino sigo o vento
Que sopra o meu saveiro em alto mar,

O tanto que pudera neste mar
Além do que eu cometa nos meus erros
Um velho coração entregue ao vento
E nisto outra verdade a vida traz,
Vivendo tão somente esta esperança
Que é tudo o quanto resta e mesmo sinto,

O sonho mais audaz deveras sinto
E sei do dia a dia feito em mar,
Num sopro mais feliz de uma esperança
Talvez levando além meus tantos erros
E sei do quanto a vida agora traz
Seguindo o quanto dita o próprio vento,

Meu mundo se resume neste vento
E dele sorvo o tanto quanto sinto
Que apenas o perdão deveras traz
E quando mergulhando em pleno mar
Eu vejo o quanto possa em tantos erros
O mundo renovado em esperança,

Ainda quando possa esta esperança
Vencer o temporal, o rude vento,
Quem sabe perdoando enfim meus erros
Tramando o quanto além desejo e sinto
Pudesse transformar o próprio mar
E ver o que alegria decerto traz,

O mundo se moldara enquanto traz
Nos olhos sonhadores a esperança
E tanto quanto veja em pleno mar
Deixando-me levar em manso vento,
Ditando ao coração tudo que sinto,
Vencendo com ternura os loucos erros

E sei que tantos erros, vida traz,
E também sei que sinto que esperança
Sossegue o imenso vento sobre o mar...
 
 
 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 08/08/2011
Reeditado em 24/01/2013
Código do texto: T3147077
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