INGRATA FLOR
Esta flor que espinhosa o amor maltrata,
O jardineiro que dela cuida cauteloso,
De suas pétalas carinhoso trata,
Com esmero cuida o coração airoso.
Mas vil se torna a flor que age ingrata
Desmerece o amor do exímeo jardineiro
Que na noite lhe regava com chuva de prata
E lhe dava a alma caudaloso ribeiro.
Quanto mais a mão passava, mais acutilava
O amor etéreo que com ela estava,
Já virara, agora, as costas de tanta esquivança.
Mas embora a acerba dor causada deste laço,
No imo do amor há para o perdão espaço,
Quem sabe se o que era perdido já tem esperança?
(YEHORAM)