DU-POEMAS/INTRODUÇÃO À "MASSADA"/COMPLEXO JOVEM

No alto monte uma história rumoreja,

Um núncio ecoando dos gemidos,

No ar o sol frita a voz dos oprimidos

Guiados por uma centelha que lampeja.

Ostenta rubro monte austero e airoso

Conservados os contos ali cunhados

Nas ruinas dos ventos mais assanhados,

Ficou uma pedra, ficou chão ocioso.

Não sabem os pés que ali pisam curiosos

Onde sepultam brados deles gloriosos:

Melhor morrer do que sermos escravos!

A morte ali foi voluntária em liberdade,

Nascidos sonhos não viram a puberdade,

Não restou alma, não restaram os bravos.

(YEHORAM)

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COMPLEXO JOVEM

Tanto que meu fado atrasa incerto

E os pelos que tardam vem puberdade

Quando todos têm tudo em igualdade

Me medram sinais no peito aberto.

E nessa tardança vi meu complexo

De não ver meu corpo a plenitude

Nem contentei-me do reflexo

De tola pretença juventude.

Por ver até certas conquistas

Que na mocidade, imaturo,

Conheceu a sorte , ó, sionistas!

Trouxe-me a riqueza do futuro.

Mas na vida o entrave desta sorte,

No passar do tempo a estatura

Estagna e impõe limite a morte

Que fica à espreita a sepultura.

(YEHORAM/JORÃO BENTO)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 31/07/2011
Reeditado em 01/04/2018
Código do texto: T3130239
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