DU-POEMAS/INTRODUÇÃO À "MASSADA"/COMPLEXO JOVEM
No alto monte uma história rumoreja,
Um núncio ecoando dos gemidos,
No ar o sol frita a voz dos oprimidos
Guiados por uma centelha que lampeja.
Ostenta rubro monte austero e airoso
Conservados os contos ali cunhados
Nas ruinas dos ventos mais assanhados,
Ficou uma pedra, ficou chão ocioso.
Não sabem os pés que ali pisam curiosos
Onde sepultam brados deles gloriosos:
Melhor morrer do que sermos escravos!
A morte ali foi voluntária em liberdade,
Nascidos sonhos não viram a puberdade,
Não restou alma, não restaram os bravos.
(YEHORAM)
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COMPLEXO JOVEM
Tanto que meu fado atrasa incerto
E os pelos que tardam vem puberdade
Quando todos têm tudo em igualdade
Me medram sinais no peito aberto.
E nessa tardança vi meu complexo
De não ver meu corpo a plenitude
Nem contentei-me do reflexo
De tola pretença juventude.
Por ver até certas conquistas
Que na mocidade, imaturo,
Conheceu a sorte , ó, sionistas!
Trouxe-me a riqueza do futuro.
Mas na vida o entrave desta sorte,
No passar do tempo a estatura
Estagna e impõe limite a morte
Que fica à espreita a sepultura.
(YEHORAM/JORÃO BENTO)