A poesia não é mais minha
Ultimamente não tenho para quem ler poesias.
Como é triste a sina do poeta recluso...
Pois é poema vazio todo poema sem uso.
Os mesmos ouvintes mudos por companhia.
Sou o único a ver meus versos e é tudo sempre igual
É na sua leitura que eles alcançam voou
Em sua mente eles são tudo que eu não sou
Na folha, morrer sozinho é seu maior mal.
Poema alcança as margens dessas linhas!
Contorna verbos, sujeitos e predicados
Dessa vida que é tão simplesmente minha
E nas bocas, murmúrio dos libertos, então vai..
Criança que cresceu e anda, corre e voa.
Pertence ao mundo, não sou mais teu pai...