Flor de Poema

Samba fala lá dentro na minha alma.

É canto de medeia que tanto encanta.

O bloco na rua varre sonhos sem calma;

Não adianta olhar pra trás, a alegria é tanta.

Nem Carmem sequer Orlando pode perdoar

A falta de cadencia desse coração

Que tanto foge, mais não há lugar

Onde o samba não possa fazer canção.

E quem chora vai agora usar Cartola

E nem só na vila se conhece Noel Rosa

O povo quer samba, não mais se enrola.

Barracão que chora mangueira dilema!

Pois foi no morro que aprendi essa lição:

Que o samba é vida; é flor de poema.