SONETO DE PAIXÃO

Por tantos outros, por tantos mil,

Tantos prantos por tantos amores,

Tantos me foram e cada ardil

Que adentrou a alma os despudores.

Na noite o delíquio escorre plangitivo,

A solidão ampara as gotas salsas,

Sulcando a face, rubrando instintivo,

Vendo escorregar suas lindas alças.

E percebendo-se de que não a terá mais

O prazer de sentir a pele duma sereia,

As alças caindo, efeitos climais.

Então pôs-se a compor versos na areia,

O lamento, desejos fatais,

Se fez tantas rimas, teceu grande teia.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 29/07/2011
Reeditado em 01/04/2018
Código do texto: T3126689
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