Sedução

Teus negros olhos, prenhes de candura,
fitaram-me sem pejos, mendicantes,
cobrindo-me com lavas escaldantes,
que até perdi o rumo e compostura.
 
Ah! Súplices olhares! Que loucura!
Daqueles que só lançam bons amantes,
que não se vê nos olhos das bacantes,
e nem naqueles da menina pura.
 
De mim arrancam mil suspiros roucos,
e de meus lábios tantos, tantos ais,
e me envenenam com seus mil quebrantos.
 
Despertam dentro em mim desejos loucos
daqueles que ninguém sentiu jamais...
Ah! Esses olhos teus de olhares tantos!
 
Brasília, 29 de Julho de 2011.

PURA CHAMA, pg. 57

 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 29/07/2011
Reeditado em 18/04/2014
Código do texto: T3126376
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