AMANTE
Fala o sentimento no coração palpitante,
Grita de amor por alguém, e por ele sofre,
Tortura-se ouvindo plangitivo o amante
De lágrimas a face estriada se cobre.
E o seio mais baldado da absente criatura
Que lhe fazia bem, lhe elevava o bom astral,
De carícias lhe cobria com tanta brandura,
Não esperava, pobre amor, que já seria o final.
Mas no sarau da noite, um vazio silente,
Se esperava um sinal: quando virá a bela?
A deusa nordica se abstinha de dizer veemente.
Um olhar voltado para o escuro na janela,
Uma lembrança no breu do som gemente
De ver ir embora, de perder o amor dela.
(YEHORAM)