A NUDEZ (Marco Aurelio Vieira) / O SONHO (Edir Pina de Barros - Flor do Cerrado)
No desnorteio de pairar inebriado
em tua sombra que me veste toda a essência,
eu me serpeio e me misturo no teu fado,
enlouquecido delirando em dissolvência.
Em teu olhar a chama em vela do segredo...
Eu me desvendo em tua rima de assonância...
Nas tuas coisas vivo o meu feliz degredo...
Fixo em meu corpo a tua vívida substância...
E vou voando pelas vagas de tua aura...
Vou lapidando em mim a graça que se instaura...
Enquanto bordas no destino que eu te dei...
Mas na viagem do meu sonho em teus tesouros,
eu conheci, de ti, sombrios logradouros.
E ao desnudar-te a humanidade, eu acordei.
(Primeira publicação em 07 de junho de 2011)
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O SONHO
Em teu olhar a chama acesa do segredo,
Oscila em minhas noites sem luar, tristonhas,
E em teu silêncio já nem sei com que tu sonhas,
Apenas sei que sofro muito e triste quedo.
…E tu me deixas condenada a tal degredo,
Sempre a esperar por noites ledas, mais risonhas,
Mas tu me escapas quando assim tu entressonhas,
E mesmo assim o meu amor eu te concedo.
Então mergulho em tua aura, sem pudor,
tentando desvelar a intimidade tua,
Esse segredo que rebrilha em teu olhar.
Enquanto assim me morro pelo teu amor,
Tu peregrinas pelo céu buscando a lua,
Perdido no sidéreo espaço, a divagar.
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
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Quanta honra, quanta alegria, poetisa-flor!
Muito obrigado por este maravilhoso presente!