Choro de mãe
Sempre chora a mãe que o filho perde pra vida
Desde o ventre o rebento mais querido
Ante o agora antes não ter existido
São amarras que insistem serem mantidas
E são as lágrimas a bebida da alma
E antes, onde havia beijos, hoje: sangue,
Promessas de morte de alguma gangue,
Sangue que da pobre mãe já verteu a calma
Não mais chocalhos e mantas, mas triste sina
Se vires sombra e neblina tu perguntas:
Cadê? Onde estas o Deus lá de cima?
Se olhar o hoje dirá: sem culpa e sem sorte
Mas tudo é semeadura de outrora
Do nascimento até a morte.