Choro de mãe

Sempre chora a mãe que o filho perde pra vida

Desde o ventre o rebento mais querido

Ante o agora antes não ter existido

São amarras que insistem serem mantidas

E são as lágrimas a bebida da alma

E antes, onde havia beijos, hoje: sangue,

Promessas de morte de alguma gangue,

Sangue que da pobre mãe já verteu a calma

Não mais chocalhos e mantas, mas triste sina

Se vires sombra e neblina tu perguntas:

Cadê? Onde estas o Deus lá de cima?

Se olhar o hoje dirá: sem culpa e sem sorte

Mas tudo é semeadura de outrora

Do nascimento até a morte.

Amaro Nester
Enviado por Amaro Nester em 28/07/2011
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