MUDANÇA
Mudou a flor, as folhas estão ressequidas,
Aquela beleza etérea que exalava nos céus
Já não sinto mais, já me foram esquecidas,
Não mais se deitaram em mim os cabelos teus.
Mudou o falar, mudou o olhar tristonho,
Já não me vê como dantes me via,
Já não mais me olha, assim eu suponho,
E não mais comunga do aspecto do dia.
E o intenso calor daquele teu nordeste,
Que nele dançavas entre os coqueirais,
Já não mais verei, já não mais agreste.
Vai alma punida pelos temporais,
Os ventos fortes, bravios, curvando o cipreste,
São os mistérios do amor e os fados fatais.
(YEHORAM)