Obscena
 
Veneno não te falta em tua veia,
correndo livre pelo corpo todo,
tão denso e tão viscoso – puro lodo -
contido em teu sorriso de sereia.
 
Na veia tua corre só veneno,
que dentro em ti cultivas e destilas,
e lanças pelo olhar, pelas pupilas,
de jeito disfarçado, vil, pequeno.
 
E com palavras falsas, coloridas,
nos teus mortais venenos embebidas,
manténs os que te adoram na coleira.
 
Areia movediça, traiçoeira.  
tens jeito de uma mosca varejeira
que deposita larvas nas feridas.
 
Brasília 27 de Julho de 2011.
Livro: Sonetos Diversos, pg. 74
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 27/07/2011
Reeditado em 21/08/2020
Código do texto: T3121847
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