Iconoclasta
 
Rompi com tudo que me foi sagrado,  
princípios caros, mitos, tradição,  
e tudo que já cri na vida, em vão,  
fontes de meus penares, meu enfado; 
 
estilhacei quimeras, ilusão,
deixei o meu passado no passado,
rompi com meus primados, de bom grado,
e a tudo que sonhei eu disse não.
 
A vida me tornou iconoclasta
de tanto andar pisando as minhas mágoas,
sonhando sonhos mil, dos mais dourados.
 
Meus sonhos hoje estão amortalhados,
e já não verto mais as minhas águas:
matei em mim a dor que me vergasta.
 
Brasília, 26 de Julho de 2011.

 Seivas d'alma, pg. 41
Sonetos selecionados, pg. 42
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 26/07/2011
Reeditado em 16/08/2020
Código do texto: T3121012
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