Humana e Mágica

No centro da metrópole neurótica,

nevrálgica, carente, cibernética,

a vida tem dinâmica frenética

nas fábricas famintas de robótica.

A ternura agoniza diabética

nos olhos lúgubres das moças góticas

e, mísera, a poesia anda caótica

pleonástica de máscaras fonéticas.

Estáticos, os sinos são lacônicos,

as tóxicas auroras vêm apáticas

e os pássaros, no céu, são supersônicos.

A noite, sem estrelas, nasce trágica

mas, sob a luz dos astros eletrônicos,

tu passas musical, humana e mágica...