Desejos (3)
Ah! Esquecer-te, não, já não consigo,
pois és o meu soneto nunca escrito,
que trago dentro em mim, no imo inscrito,
de todos o mais belo e o mais antigo.
Quisera neste instante estar contigo,
dizer-te tudo o que jamais hei dito,
cumprindo, desse amor, o doce rito
buscando em teu regaço o meu abrigo.
Quisera ser - confesso - o vinho tinto,
que orvalha a tua boca (rúbea flor),
cheirando à mata virgem, doce olor.
Quisera, sim, o beijo mais faminto,
aquele que nos lábios teus pressinto,
como pressente o mel o beija-flor.
Brasília, 21 de Julho de 2011.
Pura chama, pág. 87
Ah! Esquecer-te, não, já não consigo,
pois és o meu soneto nunca escrito,
que trago dentro em mim, no imo inscrito,
de todos o mais belo e o mais antigo.
Quisera neste instante estar contigo,
dizer-te tudo o que jamais hei dito,
cumprindo, desse amor, o doce rito
buscando em teu regaço o meu abrigo.
Quisera ser - confesso - o vinho tinto,
que orvalha a tua boca (rúbea flor),
cheirando à mata virgem, doce olor.
Quisera, sim, o beijo mais faminto,
aquele que nos lábios teus pressinto,
como pressente o mel o beija-flor.
Brasília, 21 de Julho de 2011.
Pura chama, pág. 87