COISA RARA
Nas noites que eu fugia envenenado
Em haustos ardentes me abargantava,
A dor do absente amor que amantava
Os arranhões no seio desgraçado.
E já falava louca a boca alcoolizada,
A lua envergonhada brumava-se no céu
E cada hausto sequente era um troféu
Na vida duma alma apaixonada.
E tudo era pela triste lembrança dela
Nas noites que eu saia sem cautela
Sofrendo pelo amor que me negara.
Amigos rindo como os vagalumes,
Na escuridão se perdem em negrumes,
Diziam: Amor assim é coisa rara!
(YEHORAM)