Perdida
Eu sou a que se vai sozinha, ao léu, perdida,
e tu, jamais, escutas o clamor, apelos,
e os negros olhos teus, não posso nem mais vê-los,
de tudo estás ausente, até de minha vida.
Eu sou a que por ti, também, foi esquecida,
e sem sonhar caminha em meio a pesadelos,
e nunca tem o teu amor, os teus desvelos,
carrega, dentro em si, tristeza desmedida.
Eu sou a que descrê do amor e suas lendas,
que tudo já perdeu e se perdeu, enfim,
e agora sorve o fel da dor e da amargura.
Aquela que teceu, outrora, as rubras rendas
com fios da paixão, da insensatez sem fim,
e agora andeja só nas sendas da loucura.
Brasília, 15 de Julho de 2011.
ESTILHAÇOS, pág. 114
Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho,e desta sorte
Sou a crucificada ... a dolorida ...
Florbela Espanca
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho,e desta sorte
Sou a crucificada ... a dolorida ...
Florbela Espanca
Eu sou a que se vai sozinha, ao léu, perdida,
e tu, jamais, escutas o clamor, apelos,
e os negros olhos teus, não posso nem mais vê-los,
de tudo estás ausente, até de minha vida.
Eu sou a que por ti, também, foi esquecida,
e sem sonhar caminha em meio a pesadelos,
e nunca tem o teu amor, os teus desvelos,
carrega, dentro em si, tristeza desmedida.
Eu sou a que descrê do amor e suas lendas,
que tudo já perdeu e se perdeu, enfim,
e agora sorve o fel da dor e da amargura.
Aquela que teceu, outrora, as rubras rendas
com fios da paixão, da insensatez sem fim,
e agora andeja só nas sendas da loucura.
Brasília, 15 de Julho de 2011.
ESTILHAÇOS, pág. 114