Simulacro
 
Depois das ilusões restou-me o nada
no meu vazio, denso, em que mergulho,
apenas tantas marcas desse esbulho,
a imensa solidão, desencantada.
 
Findou-se tudo, enfim, amor, orgulho,
agora estou tão só e tão cansada,
e neva dentro em mim, e faz geada,
a minha dor sem fim, sem ti, debulho.
 
No insípido vazio o nada existe
(um sonho ou ilusão, quaisquer quimeras,
a iluminar meus dias, meu viver).
 
Assim ficou minha alma, um pobre ser,
apenas uma sombra entre feras,
um simulacro só, demais de triste.
 
Brasília, 14 de Julho de 2011.
Seivas d'alma, pág, 16


 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 14/07/2011
Reeditado em 15/08/2020
Código do texto: T3093845
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