As flores que não viste

à Marcos Loures, por ocasião da cirurgia do coração, dedico

As flores que murcharam e que não viste,
velaram pela tua sorte e vida
durante a tua ausência e toda a lida,
e o seu perfume ainda em ti persiste.

Não viste? Eram tantas essas flores
deixadas por amigos e poetas,
em meio às preces raras e seletas,
silentes, como os santos nos andores.

Em cada flor a prece de um amigo
que orou, pensando em ti, rosário inteiro,
aos Deuses implorando com fervor.

O tempo todo, sempre ali contigo,
em cada flor, no seu fulgor e cheiro,
um gesto de carinho e de amor.

 
 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 13/07/2011
Reeditado em 08/02/2017
Código do texto: T3092210
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