Promessa
 
Não ouvirá ninguém o meu lamento,
nenhum gemido, ou sequer lamúrias,
ou grito que me escape em minhas fúrias,
na minha dor, meu triste sentimento.
 
Nem ouvirá ninguém quaisquer injúrias,
embora seja enorme o meu tormento,
sequer um aí em meio ao sofrimento,
um só suspiro dentre mil penúrias.
 
Hei de calar a minha dor no peito,
meu grito há de morrer na minha glote
meu pranto hei de estancar antes que role.
 
Eu beberei meu fel gole por gole,
até que a minha dor em mim se esgote,
e as marcas tuas sumam do meu leito.
 
Brasília, 11 de Julho de 2011.


Livro: SONETOS DIVERSOS, pg. 67
Sonetos selecionados, pg. 30.
 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 11/07/2011
Reeditado em 18/08/2020
Código do texto: T3088240
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