Soneto de Alguém sem Rumo.
Sopro as bolhinhas de sabão, amor.
Elas irão pro mar azul, senhor,
Buscar nos olhos de paixão, ó flor,
A minha cura de você, má dor.
Vou até meu céu de pesadelos, gata.
Roubar vestígios meio cinzas, pratas,
Daquela hora meio crua, farta
Deixada ao léu pelo seu véu, pirata.
Corro entre os braços já perdidos, mortos,
Buscando alguém para essa noite nua.
Faço uma reza, pego a vela... morro.
Olho alguns anjos esquisitos, tortos
Rindo da alma já surrada e mua,
Que vai voar até gritar... socorro!