CEMITÉRIO
Dentro deste campo aberto em cruzes fincadas,
Fecha-se a noite enluarada com funestos altares;
Tenho em meu leito as almas que foram tiradas,
E vejo em lento olhar, as lembranças seculares.
Como um manto de agonia veio à hora sem aviso,
Cubro lugares de um imenso vazio de despedida;
Tenho fortes saudades, porém de ti muito preciso,
Sou sua segunda casa antes da tua serena partida.
Ó noite de luar tão triste! Tua sombra é minha roupa,
Deixo nesta imagem também, a sanidade ficar louca,
Como o morto que se esvai, me olham sem luz e brio!
Mesmo que a dor seja grande a quem lhe deu adeus,
Eis que o teu conforto é o abraço caloroso de Deus...,
Pois aqui descansas em paz, mas, num terreno tão frio!