CEMITÉRIO

Dentro deste campo aberto em cruzes fincadas,

Fecha-se a noite enluarada com funestos altares;

Tenho em meu leito as almas que foram tiradas,

E vejo em lento olhar, as lembranças seculares.

Como um manto de agonia veio à hora sem aviso,

Cubro lugares de um imenso vazio de despedida;

Tenho fortes saudades, porém de ti muito preciso,

Sou sua segunda casa antes da tua serena partida.

Ó noite de luar tão triste! Tua sombra é minha roupa,

Deixo nesta imagem também, a sanidade ficar louca,

Como o morto que se esvai, me olham sem luz e brio!

Mesmo que a dor seja grande a quem lhe deu adeus,

Eis que o teu conforto é o abraço caloroso de Deus...,

Pois aqui descansas em paz, mas, num terreno tão frio!

Setedados
Enviado por Setedados em 30/06/2011
Código do texto: T3067431
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