FILHOS DA POESIA
Vejo os meus anos desbotarem como tinta...,
Nesta grande tela da vida qual eu fui pintado,
Na fúria louca desta imaginação tão faminta,
Poderão ler as linhas escritas do meu passado.
Verdes tempos que me tomaram as horas,
As maduras vezes em que retive conselhos,
Fui dono muito cedo de moças e senhoras,
Apanhei de mim e dos castigos de relhos...
Por ser moleque atrevido, mas sonho é magia!
E dentro desta minha euforia vivi a paternidade,
Filhos eu tenho, foram muitos da noite pro dia...
Essa lição me serviu, e sai rei da felicidade,
Quando a aurora anunciava, contigo dormia,
Poesias são esposas e amantes da eternidade.