Soneto: Preto e Branco
Os olhares se cruzam numa esquina mágica,
As cores dançam com o preto do amor,
o rio da vida, chora sua última dor
O sol revive sem esquecer.
A angústia do amanhecer,
desvirgina a madrugada nua,
A lei fecha o livro dos sussuros,
Enquanto o segredo canta nos ouvidos da dor.
As fotografias negras de paisagens errantes,
descartam a bela pequenina onírica,
Para flagrar a nudez da luz do pensar.
A terra é encolhida por flores,
Que espalhava cheiro de amores,
Na distância tênue entre intenção e gesto, fixava uma imagem sem cores.