Papel de seda
Reflete o teu cantar a desventura
do tempo que s’estreita sem piedade,
forjando dentro em ti essa ansiedade,
esses teus versos prenhes de tristura.
A morte vive em nós, em nós perdura,
rainha que não perde a Majestade,
que vive nos desvãos d’escuridade,
mas que no tempo exato nos procura!
E também é, a morte, a nossa lida,
pois, sem aviso, chega e nos invade,
e a vida voa longe, feito garça.
Oh! Meu poeta! Canta e canta a vida,
porque viver é pura vanidade,
papel de seda que uma brisa esgarça.
Brasília, 23 de Junho de 2011.
Reflete o teu cantar a desventura
do tempo que s’estreita sem piedade,
forjando dentro em ti essa ansiedade,
esses teus versos prenhes de tristura.
A morte vive em nós, em nós perdura,
rainha que não perde a Majestade,
que vive nos desvãos d’escuridade,
mas que no tempo exato nos procura!
E também é, a morte, a nossa lida,
pois, sem aviso, chega e nos invade,
e a vida voa longe, feito garça.
Oh! Meu poeta! Canta e canta a vida,
porque viver é pura vanidade,
papel de seda que uma brisa esgarça.
Brasília, 23 de Junho de 2011.