Mágoas 
Edir Pina de Barros


A chuva cai! Sussurra nas vidraças!
E dança tristes valsas contra os ventos,
e lágrimas de dor, de desalentos,
escapam de meus olhos quando passas.

Os pingos caem - íntimos lamentos –
no chão das avenidas, ruas, praças,
de meu viver, que agora não abraças,
nos dias que, sem ti, são gris, cinzentos.

E rolam, calmas, sobre o vidro, as águas
das chuvas de verão, tão passageiras,
que escorrem, lassas, pela terra afora.

Quisera que passassem minhas mágoas,
como essas chuvas brandas e ligeiras,
que brincam na vidraça e vão se embora.


Brasília 22 de Junho de 2011.
 
Livro: Sonetos Diversos, pg. 17
Sonetos selecionados, pg. 20


 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 22/06/2011
Reeditado em 22/06/2020
Código do texto: T3049811
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