Águia (2)

Feito águia sempre voo nos teus céus,
olhando-te distante, das planuras,
liberta de recatos, de censuras,
por trás de teus pudores, tantos véus;
 
mas foges sempre assim e te enclausuras,
nos teus silêncios, feito os mausoléus,
em frente de meus olhos que, incréus,
percebem que nem vês minhas mesuras.
 
Esvoaço nos teus céus, fazendo ritos,
tais quais os pombos, que buscando o amor,
desenham arabescos nos espaços.
 
Mas nem escutas meus suspiros, gritos,
nem vês minha paixão, o meu clamor,
essa tristeza nos meus olhos baços.

 
Brasília, 16 de junho de 2011.
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 16/06/2011
Reeditado em 27/01/2013
Código do texto: T3038441
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