Plangente (3)
Retratos de meu ente solitário
os versos que concebo e aqui escrevo,
despidos de pudor, prenhes de enlevo,
chorando as contas desse meu rosário.
Expor o que não tem qualquer relevo,
e profanar assim meu relicário,
parece ser meu dom, o meu fadário,
porém calar-me, sei, também não devo.
Os meus sonetos são retratos puros,
dos meus caminhos ermos, inseguros,
da angústia, que me vem, e tira o tino.
Mas se escrever é dom também divino,
melhor chorar, plangente feito o sino,
do que morrer aos poucos, intramuros.
Brasília, 16 de Junho de 2011.
Seivas d'alma, página 90
Retratos de meu ente solitário
os versos que concebo e aqui escrevo,
despidos de pudor, prenhes de enlevo,
chorando as contas desse meu rosário.
Expor o que não tem qualquer relevo,
e profanar assim meu relicário,
parece ser meu dom, o meu fadário,
porém calar-me, sei, também não devo.
Os meus sonetos são retratos puros,
dos meus caminhos ermos, inseguros,
da angústia, que me vem, e tira o tino.
Mas se escrever é dom também divino,
melhor chorar, plangente feito o sino,
do que morrer aos poucos, intramuros.
Brasília, 16 de Junho de 2011.
Seivas d'alma, página 90