Refém (II)
Viver a eternidade em um segundo,
com muita gana, força,intensidade,
na sua concretude e densidade,
de um jeito nunca visto neste mundo.
Sentir num só segundo a soledade
que habita no universo meu profundo,
por entre os turvos lodos, lá no fundo,
que viça dentro em mim, na escuridade.
E libertar-me! Ir além de mim,
para poder amar de novo alguém,
sem essas mágoas, toda essa tristura.
Seria muito bom se fora assim,
mas desta soledade sou refém,
e sigo assim, tão só, na noite escura.
Brasília, 15 de junho de 2011.