QUANDO O VENTO PASSA...
Fagner Roberto Sitta da Silva
Não entendo o poeta que só sente
e diz ouvir apenas um lamento,
canto de solidão, na voz do vento,
como se ele cantasse isso somente.
Cada poeta canta o sentimento
que carrega consigo e, de repente,
se traduz como vozes de algo ausente,
solitário cantar do seu tormento.
Sinto o vento passando e logo penso
que ele parece um velho cão fiel,
amigo que correu o azul imenso,
e vem lamber meu rosto já cansado,
tal como as minhas pipas no alto céu
suspensas pelos ventos do passado!...
Garça (SP), 15 de junho de 2011.