Renda

Um mundo sem tormento, sem cansaço,
tecido com as teias da ternura,
em fina renda, branca formosura,
dourados fios posto em cada laço;
 
cobrir o corpo teu – bela escultura -
com o meu corpo quente, terno, lasso,
e essências do desejo em cada traço,
sem nada a macular a terna alvura.
 
E a rescender no espaço teu perfume,
em cada canto um lânguido queixume,
teus olhos nos meus olhos, suplicantes.
 
E nessa renda ver-te adormecido,
de teus tormentos, ânsias, esquecido,
poder mirar-te assim alguns instantes.
 
Brasília, 11 de Junho de 2011.
Pura chama, 93


 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 11/06/2011
Reeditado em 19/04/2014
Código do texto: T3029083
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