Cansaço
Teus olhos me parecem ser dois rios
a borbulhar em prantos e cascatas,
rompendo, com furor, as verdes matas,
ouvindo o passaredo, os seus cicios;
dois rios, que correndo, borbulhantes,
escavam teu semblante, feito puas,
deitando as mágoas tantas, que são tuas,
expostas no teu rosto, quais brilhantes.
Que role o pranto! Rolem dores! Mágoas!
Que se estilhacem n’outro mar de águas,
quais ondas, se arrebentem nos rochedos.
Que se desfaçam tuas dores, fráguas,
desejo-te liberto desses medos,
de teu penar, sofreres, desenredos.
Teus olhos me parecem ser dois rios
a borbulhar em prantos e cascatas,
rompendo, com furor, as verdes matas,
ouvindo o passaredo, os seus cicios;
dois rios, que correndo, borbulhantes,
escavam teu semblante, feito puas,
deitando as mágoas tantas, que são tuas,
expostas no teu rosto, quais brilhantes.
Que role o pranto! Rolem dores! Mágoas!
Que se estilhacem n’outro mar de águas,
quais ondas, se arrebentem nos rochedos.
Que se desfaçam tuas dores, fráguas,
desejo-te liberto desses medos,
de teu penar, sofreres, desenredos.