Marcos Loures:
Não quero tantos erros e me trazes
A mesma sensação em fardo e treva
E quando dentro da alma apenas neva,
O mundo se anuncia em rudes fases.
O passo entre caminhos mais mordazes
A solidão professa a velha ceva
E a luta se mostrara onde longeva
As rotas traçam noites mais vorazes.
O preço a se pagar não representa
Sequer o quanto vejo em tez sangrenta
Marcando o descaminho em leda luz,
O tanto se expressasse noutro enredo
E quando na verdade, em paz concedo
O passo noutro encanto me conduz.
**********
Em resposta:
Asas da Poesia
Edir Pina de Barros
Se dentro em ti agora apenas neva
e a vida te parece enorme fardo,
perdida no horizonte, qual um dardo
lançado longe, contra a densa treva;
se o mundo se apresenta triste e pardo,
e a solidão manténs em tua ceva,
bem sabes que, da vida, não se leva
nem mesmo os versos que fizeste, ó, bardo!
Se a luta é muito grande e te excrucia,
a vida é dom, apenas travessia,
e, como a lua, tem diversas fases.
Se os teus caminhos são demais mordazes,
e a morte tem as garras tão vorazes,
tu tens as asas ágeis da poesia.
Livro: ESTILHAÇOS, pg. 91
Brasília, 1° de Junho de 2011.
Não quero tantos erros e me trazes
A mesma sensação em fardo e treva
E quando dentro da alma apenas neva,
O mundo se anuncia em rudes fases.
O passo entre caminhos mais mordazes
A solidão professa a velha ceva
E a luta se mostrara onde longeva
As rotas traçam noites mais vorazes.
O preço a se pagar não representa
Sequer o quanto vejo em tez sangrenta
Marcando o descaminho em leda luz,
O tanto se expressasse noutro enredo
E quando na verdade, em paz concedo
O passo noutro encanto me conduz.
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Em resposta:
Asas da Poesia
Edir Pina de Barros
Se dentro em ti agora apenas neva
e a vida te parece enorme fardo,
perdida no horizonte, qual um dardo
lançado longe, contra a densa treva;
se o mundo se apresenta triste e pardo,
e a solidão manténs em tua ceva,
bem sabes que, da vida, não se leva
nem mesmo os versos que fizeste, ó, bardo!
Se a luta é muito grande e te excrucia,
a vida é dom, apenas travessia,
e, como a lua, tem diversas fases.
Se os teus caminhos são demais mordazes,
e a morte tem as garras tão vorazes,
tu tens as asas ágeis da poesia.
Livro: ESTILHAÇOS, pg. 91
Brasília, 1° de Junho de 2011.