NAMORANDO A FOTO
NAMORANDO A FOTO
Hoje, de quem eu nunca vi, senti saudade.
Do lindo corpo quanta emoção irradia!
Eu não sei por que é tão grande sua magia,
sou eu o eclipse e sua alma é só claridade.
Quando olho essa imagem, eu leio a poesia,
ao recriar a nata feminilidade;
presumo ser plena a alma em sensibilidade.
Quanta meiga ternura há na fotografia!
Os cabelos sedosos; o colo, que graça!
Os lábios; meigo o olhar; ter só a foto... é trapaça!
... chego a sentir-lhe do corpo seu doce olor.
A foto nem ouve se minha alma murmura
doces mimos de amor – palavras de ternura,
quando em arroubos lhe digo que é seu o meu amor.
Afonso Martini
190511