SANGRA! CORAÇÃO!...
Corpo denso, lento senso de alma leve
Rastros gastos, resgate de si... vida breve!
Bolha vazia, esguia, esquiva mergulha
Pirraça! Pira acesa, lenta agulha!
Perfurar de veias num esvair horrendo
E cínico, ri-se do nervo que tremendo
Espera da fera, na dor, dó, compaixão
Do neurônio tonto que geme... erupção!
Das hemácias macias, sem forças,a borbulha
Sangue a pulsar, frenesi de ti, desejos!
No seio, a ferida, na alma, a tortura.
Nos olhos, óbito de luzes, sombra escura
Na boca, o bocejar, esboçar de beijos
Gotejar!... Fel!..Jatos! Injetam amargura!