DESENHA-ME

Desenha-me diante dessa festa

ultra-secreta, e como um quadro venhas,

curva de rio, braço de mar, em senhas...

Que se este corpo é todo orgia apenas,

diz se não queres, que nada mais resta;

festim em gota, escorre, cala e cresta...

O meu sangue fala por mim, gigante, e

tu me envolves por onde o sexo é um touro

enlouquecido... Carne quente, avante,

aonde chegam as mãos pelo tesouro...

Nada a dizer, este sentir garante,

que tudo é magia... Este é teu, não outro;

e teu rigor é fantasia arfante,

que chega forte e com poder de ouro!

Miguel Eduardo Gonçalves
Enviado por Miguel Eduardo Gonçalves em 21/11/2006
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