DESENHA-ME
Desenha-me diante dessa festa
ultra-secreta, e como um quadro venhas,
curva de rio, braço de mar, em senhas...
Que se este corpo é todo orgia apenas,
diz se não queres, que nada mais resta;
festim em gota, escorre, cala e cresta...
O meu sangue fala por mim, gigante, e
tu me envolves por onde o sexo é um touro
enlouquecido... Carne quente, avante,
aonde chegam as mãos pelo tesouro...
Nada a dizer, este sentir garante,
que tudo é magia... Este é teu, não outro;
e teu rigor é fantasia arfante,
que chega forte e com poder de ouro!