Retorno
 
Estou, enfim, a sós comigo agora,
e escuto a voz da lira, que reclama,
os toques delicados, luz e chama,
a iluminar a minha terna aurora;
 
livrei-me, sim, da Caixa de Pandora,
abandonei a vil e velha trama,
de dores, de cansaços, tanto drama,
de tudo me desfiz, joguei-a fora.
 
Aqui estou, entregue a ti, poesia,
de corpo e alma, sem fronteiras, pejo,
e resumida à força do desejo.
 
Eu quero teu perfume, que inebria,
essências que se exalam da estesia,
do teu etéreo  mundo tão sobejo.
 
Brasília, 12 de Maio de 2011.
Livro: ESTILHAÇOS, pg. 15

 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 12/05/2011
Reeditado em 06/10/2020
Código do texto: T2966163
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